Manter uma boa convivência com a empregada doméstica é uma prática importante, principalmente porque ela compartilha parte do cotidiano familiar. Por outro lado, como essa é uma relação profissional, manter o equilíbrio se torna um exercício desafiador.
A falta de esclarecimento sobre o que as partes esperam uma da outra e as questões que surgem durante a prestação de serviços podem trazer ainda mais dificuldades. Nesse caso, elas estão sujeitas a conflitos e momentos de desarmonia, prejudiciais ao dia a dia de ambas.
Entretanto, antes de dar a situação por perdida, continue a leitura deste post e confira oito dicas essenciais para manter uma boa convivência com a empregada doméstica e ter um ambiente mais harmonioso.
1. Contrate a pessoa certa para o serviço
Como prevenir é sempre melhor do que remediar, nossa primeira dica é para que você invista em um bom processo de contratação e, assim, evite problemas. Mais do que checar referências e conferir a idoneidade de uma candidata a trabalhar em sua casa, verifique o seu perfil e veja se ele está alinhado com o que valoriza em uma profissional.
Para ajudar, separamos algumas características importantes para as principais funções buscadas pelos empregadores domésticos!
COZINHEIRO
Ao selecionar um profissional para cuidar da alimentação da família, veja seus conhecimentos sobre manipulação de alimentos. Sem dúvidas, preparar pratos ótimos e variados é um requisito importante, mas também é necessário que o empregado tenha conhecimentos sobre higiene e conservação alimentar.
BABÁ
Uma babá deve ter afinidade com crianças, ser paciente, dedicada e ter boa disponibilidade de horários. Dependendo da idade das crianças, o nível escolar pode ajudar, especialmente para auxiliar no desenvolvimento dos pequenos.
FAXINEIRO
A faxina costuma ser o trabalho mais pesado, principalmente quando se trata de espaços que não são alvos de limpezas frequentes, mas exigem atenção de tempos em tempos. Por isso, o profissional tem que estar disposto a assumir tarefas pesadas e ser capaz de lidar com móveis, vidros e outros objetos sem danificá-los.
ARRUMADEIRA
Senso de organização e atenção aos detalhes são habilidades indispensáveis a essa profissional.
Vistos esses pontos, vamos a outro aspecto igualmente relevante — o tipo de pessoa que você quer dentro da sua casa. Em todos os casos, também é necessário avaliar algumas questões referentes ao perfil pessoal para determinar se ele está alinhado com os valores da família.
Por isso, durante a entrevista com o candidato, busque entender:
- seu nível de educação e cortesia;
- seu zelo com a higiene pessoal;
- sua maneira de se referir aos ex-patrões;
- sua visão sobre os empregos anteriores.
Prestar atenção nesses quesitos vai permitir identificar alguns traços do caráter e da personalidade do candidato, o que ajudará a determinar se ele tem o perfil desejado para trabalhar na sua residência.
2. Detalhe as obrigações do empregado
Deixar claras desde o início quais são as obrigações do empregado contribui significativamente para o bom andamento da rotina do lar. Então, coloque tudo no contrato de trabalho:
- jornada de trabalho (especificando dias e horários, inclusive paradas para descanso e folgas);
- endereço do local onde será cumprida a jornada de trabalho;
- possíveis variações na jornada de trabalho e como será feita a compensação de horas, quando houver;
- valor do salário;
- regime de horas extras;
- funções que serão desempenhadas;
- descontos sobre o salário e discriminação sobre a que eles se referem;
- se o trabalhador vai residir no local do emprego.
Outras informações podem ser adicionadas ao contrato de trabalho, desde que haja concordância de empregado e empregador, por exemplo, o acompanhamento do trabalhador nas viagens de família.
Para evitar controvérsias em relação aos horários do empregado, use a Folha de Ponto Digital Inteligente. Para pagar corretamente, utilize as funcionalidades do Simulador para Cálculo de Salário de Domésticos.
3. Oriente de forma correta e dê autonomia
Não basta listar as funções que serão exercidas pelo empregado no contrato de trabalho. É importante dar todas as orientações sobre expectativas e regras específicas que o empregador deseja que sejam seguidas.
Diversas particularidades podem surgir, como a exigência de técnicas específicas para a limpeza de determinados espaços, a existência de locais que não devem ser acessados pelo trabalhador, entre outros fatores.
Para manter uma boa convivência com a empregada doméstica, tudo isso deve ser esclarecido desde o início, explicando as boas práticas esperadas e dando todas as dicas para que ela aprenda.
Depois de fazer isso, é preciso dar autonomia à funcionária. É importante que ela tenha espaço para realizar as suas tarefas e fazer alguns ajustes para adequá-las à rotina, sempre de modo a atender aos pedidos feitos pelo patrão.
4. Estabeleça os limites da relação trabalhista
Você contratou corretamente, registrou as obrigações das partes no contrato e o trabalho já teve início. Então, é a hora de estabelecer os limites da relação trabalhista que se iniciou para garantir uma boa convivência com a empregada doméstica. Entenda como isso funciona!
LIMITES DA EMPREGADA
Trata-se de separar o permitido daquilo que não deve ser feito. Portanto, especifique e detalhe o máximo possível. Restrições quanto ao uso de celular e aparelhos sonoros dentro de casa durante o trabalho precisam ser expressas.
Esclareça também se houver locais de acesso proibido ao trabalhador e outras regras que você considere importantes para a boa convivência, sempre com respeito e atenção aos limites da legislação.
LIMITES DA EMPREGADORA
Os direitos e o espaço do trabalhador também devem ser respeitados para a convivência transcorrer de maneira harmônica. Veja algumas dicas para isso:
- não invada a privacidade do trabalhador revistando bolsas ou o local em que guarda os pertences pessoais;
- siga o combinado quanto às tarefas que serão cumpridas, sem pedir para executar serviços que não foram previamente acordados e não são adequados à função contratada;
- jamais grite ou ofenda o trabalhador, nem o acuse de ações que não podem ser comprovadas.
Além disso, como em todo relacionamento, vale o bom senso de ambas as partes para cumprir aquilo que foi acordado e, sempre que surgirem dúvidas ou descontentamentos, conversar abertamente para solucionar o problema.
5. Seja maleável no relacionamento
É preciso estar preparado para os imprevistos que podem surgir na vida do trabalhador doméstico, como doenças e outras necessidades específicas. Você sabe como lidar com isso?
A ausência em dias de trabalho causa transtornos, mas é preciso ter empatia e ser flexível para manter uma boa convivência com a empregada doméstica. Diante de imprevistos, é provável que ela já tenha diversas preocupações, além da falta ao trabalho. Então, o melhor é deixá-la tranquila para contornar a dificuldade surgida.
Em algumas situações, vale negociar a reposição de horas ou, se for o caso, redobrar a atenção para as faltas justificadas, situação em que é preciso pagar pelos dias de ausência.
Por outro lado, caso perceba que as faltas são recorrentes e não têm motivos justificados, vale a pena conversar para entender o que está acontecendo e, se for o caso, tomar outras medidas, como aplicar penalidades ou, até mesmo, considerar a rescisão do contrato.
6. Dê feedback ao trabalhador doméstico
Muitos empregadores domésticos se esquecem de dar feedbacks aos trabalhadores, porém, essa é uma dica importante para melhorar o relacionamento com eles. O feedback é um retorno a respeito da satisfação com o trabalho, indicando os pontos que agradam e aqueles que podem ser melhorados.
A convivência com a empregada doméstica trará alguns momentos de insatisfação, mas, se eles forem trabalhados com cuidado, ficará mais fácil para ela fazer as mudanças necessárias para melhorar o serviço.
Além disso, os elogios diante de acertos aumentam a motivação para o trabalho, colaborando para a produtividade e a manutenção de um ambiente mais harmonioso. Portanto, adote os feedbacks na rotina trabalhista.
7. Seja pontual com os pagamentos
Atrasar o salário do empregado doméstico é abrir caminho para desentendimentos. É preciso ter em mente que o trabalhador conta com obrigações financeiras que precisam ser cumpridas para evitar prejuízos, como pagamento de multas e juros, cortes nos serviços ou ações de cobrança.
Isso refletirá no serviço prestado, já que as preocupações atrapalham a concentração no trabalho e o profissional passa a ter menos motivação para se dedicar. Por isso, coloque o pagamento da remuneração como prioridade.
Não se esqueça de recolher os encargos da contratação por meio do DAE (Documento de Arrecadação do eSocial Doméstico). Essa prática também evita que você seja alvo de ações judiciais trabalhistas, que trazem transtornos e diversos prejuízos.
8. Demonstre interesse na vida do profissional
É certo que as relações de emprego exigem profissionalismo e, muitas vezes, isso faz com que exista certo afastamento entre as partes. No entanto, o trabalho doméstico tem particularidades que permitem uma aproximação maior entre o patrão e o trabalhador.
Perceber esse interesse ajuda a melhorar a convivência com a empregada doméstica, já que ela notará a preocupação do patrão com a sua vida, o que também facilita o diálogo. Caso passe por um imprevisto pessoal, por exemplo, ela terá mais confiança para se abrir e esclarecer a ocorrência.
Como você viu até aqui, o caminho para uma melhor convivência com a empregada doméstica é pautado em prevenção de problemas, clareza de papéis e respeito mútuo. São essas condutas que garantem às partes uma rotina amistosa e produtiva, baseada em ética e ponderação.
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